quinta-feira, 26 de março de 2009

Dez Traumas de Infância que Vc Não Pode Perder!!!

1º - O dia e que Eu e Diego nos perdemos pela vizinhança.
Tínhamos seis anos e estávamos brincando na rua. De repente não sabíamos voltar pra casa. Eu lembro do Diego chorando ao meu lado e Eu dizendo que ia ficar tudo bem, mas na verdade eu estava com mais medo que ele. Eu estava pronto pra bater na porta de uma casa e perguntar se poderíamos “morar ali até eu achar o caminho de volta”, mas meu tio nos achou nessa hora e lembro-me dele largando o Fusca beje no meio da rua e gritando com a gente. Eu acho que sempre fui assim, demostrando ser uma pessoa centrada e calma quando na verdade, dentro de mim, ja perdi as esperanças. Não tenho idéia até hoje de quanto tempo ficamos perdidos, mas levamos um belo esporro e o Diego uma bela surra da mãe dele (nunca gostei dela).

2º - Meus pesadelos de criança.
Em um deles, um menino muito forte estava disposto a matar todos na minha casa e ele era tão forte que por onde ele passava ia derrubando as portas das casas. Estávamos todos deitados no chão da sala esperando ele chegar… Outro pesadelo foi minha mãe expulsando minha irmã Sheila de casa e foi tão real que acordei revoltado com minha mãe e fiquei sem falar com ela.

3º - A primeira vez que fiquei de castigo virado pra parede no corredor da escola.
Num sei o que deu em mim, eu resolvi encher o saco da Leci, uma menina que sentava ao meu lado no colégio. Ela reclamou com a professora e eu fui o ultimo a deixar a escola. Meus amigos ja tinham todos ido embora. Eu acho que é normal ter essas crises de ‘tentar aparece’ nessa idade, no meu caso como eu não aparecia muito, sempre era mais destacado que o normal.


4º - Minha mãe me estragulando como se fóssemos Bart e Homer num epsódio dos The Simpsons.
Acho que ja contei isso aqui. Eu não sabia que ela estava passando mal e ela me deu dinheiro pra comprar um remédio e dinheiro pra comprar um doce. Não tinha o remédio, e eu cheguei em casa com o doce. Ela pirou achando que eu tinha gasto tudo ou simplesmente não ter ido procurar, não lembro. Mas lembro eu tentando explicar e minhas irmães mandando eu sair porque “sua mãe esta muito nervosa”.

5º - Eu vendo com minha família um menino ser eletrecutado num poste de luz, por causa de uma pipa.
Estávamos todos em casa em um típico fim de semana familiar, ou seja, discutindo por alguma coisa. De repente ouvimos gritos vindo da rua e subimos na laje do meu avô para ver o que estava acontecendo. E la estava ele. Ficou la um bom tempo pois ninguém sabia o que fazer. Eu via e ouvia o desespero de todos. Ficamos imóvel olhando aquela cena. Um primo meu conseguiu tirá-lo do poste e ele caiu no chão com fogo pela roupa. Morreu dias depois.

6º - Minha primeira crise de pânico.
Numa terça feira de manhã, faltando cinco minutos para começar minha aula de educação física. Fiquei desesperado de tão nervoso e fui correndo pra casa e implorei minnha mãe a me mudar de escola. Ela não fez.

7º - Professora Mariza Lobo, de português, dizendo na sala de aula que quem nasce no dia 24 é gay.
Todos me zuaram. E eu considerava ela uma das melhores professoras que eu iria ter até aquele segundo. Foi impressionante meu olhar de ódio, tristesa e desprezo pra ela. Enquanto a turma toda ria, ela viu no meus olhos a imagem de “boa professora” sendo esmagada e destruída na minha mente. Ela ficou sem graça, e tentou continuar a aula. Nunca pediu desculpas.

8º - Os meninos da 8º série sempre me zuando no recreio ou na saída da Escola Municipal Belmiro Medeiros.
Olhando o passado eu vejo como foi triste meus anos naquele lugar. E eu achando que nunca iria ter nada melhor que aquilo. A família gera os piores traumas da vida, a escola gera os segundos piores… mas no meu caso, famlia e escola disputavam a tapas quem iria pegar o primeiro lugar. Lembro do rosto de cada retardado que achava o máximo estar terminando a 8º série, e alguns deles eu reencontrei depois uns anos, quando passei um tempo morando com minha mãe. Estavam segurando armas e vendendo um pozinho branco estranho… que coisa não?

9º - O professor “Buzina” no preparatório pro colégio Naval chamando os alunos por ordem alfabetica para resolver uma questão de física no quadro
E eu vendo que seria un dos próximos, sem fazer idéia de como resolver aquele exercício. Entrei em pânico… nossa como foi triste aquele ano, passando quase 9 horas por dia numa turma só pra homem com 40 garotos descobrindo a sexualidade e achando que eram machos o sufiente para ditarem as regras. O primeiro ano naquele lugar foi Inferno (Parte 2), mas os anos seguintes foram bem melhores.

10º - Minha mãe dizendo durante toda minha infiancia para mim e meus irmãos que se continuássemos estressando ela um dia iríamos acordar de manhã e ela não estaria mais ali.
Eu incentivo de coração que todos os filhos que escutaram isso quando criança juntem seus dinheiros e sumam da vida de seus pais, fiquem cinco anos sem dar notícias e finalmente aparecam dizendo “Tô de passagem e só voltei porque esquecei uma meia na maquina de lavar”. Sera que pais assim não entendem que esse tipo de atitude traumatiza a criança pra sempre? Essa frase foi responsável por grandes problemas de insônia na minha vida. Sem contar o medo da perda e a necessidade de terapia.

Nossa como foi bom passar o dia escrevendo isso! demorou mas saiu. Boa terapia, aquele medos bobos que "ainda são medos" dentro da gente, de uma forma que agora podemos controlar e por que não, rir rsrs...
Eu imagino um indiozinho puto virdado pra parede, eu fazendo aquela cara que o Bart faz quando Homer agarra o pescoço dele e eu batendo na porta de um desconhecido: "posso morar ai?" kkkkk...

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